Um dos grandes problemas de nosso tempo e que afeta sobremaneira o entendimento da realidade por parte dos líderes em particular e das pessoas em geral é a falta de conhecimento sobre o que é o referente.
As pessoas têm se dedicado ao falso esmero com as palavras e frequentemente procuram por aquelas que são mais suaves, mais politicamente corretas e que geram menor possibilidade de conflito em um diálogo.
Entretanto, ao fazerem isso, perdem o foco na realidade e, ao longo do tempo, não sabem mais a respeito do que falam.
Signo
A palavra é um signo, isto é, uma imagem ou um som que funciona como um hormônio para nossa intelecção. Ao ouvirmos, por exemplo, a palavra “férias”, temos todas as nossas lembranças e imaginação ativadas de maneira que nos possibilita a descrevermos do que se trata isso.
Significado
Essa descrição é o significado, ou seja, o conjunto de signos que esclarecem o signo “férias”.
É muito fácil descrevermos aquilo que tivemos vivência, quer seja o convívio com um cachorro que foi nosso animal de estimação, uma casa na qual moramos ou a experiência de aguardar e viver as tão sonhadas férias.
Estas vivências nos diferenciam imensamente.
Referente
Recordo a visita a meus tios que moravam na cidade de Wichita, no Estado do Kansas, nos Estados Unidos. Eles conversavam comigo sobre o que era um tornado. É claro que é possível a mim imaginar uma chuva forte e com muitos trovões, mas quando eles me falavam que o céu ficava um tanto esverdeado e que este era um importante indicador de um tornado futuro, ou quando me falavam do barulho, da intensidade do vento girando e da destruição causada, eu somente poderia me esforçar muito para imaginar isso, mas nunca vivenciei nada parecido – no máximo as grandes enchentes no Brasil.
O que me falta aqui é o referente, isto é, a coisa real.
Esta ausência é um grande problema, porque as pessoas podem acreditar falar de algo quando, na verdade, seus referentes são totalmente distintos e incorretos, quando não, inexistentes.
É o mesmo que alguém me pedir para falar do vôo de uma águia da Mongólia, uma caçada de tigres na Índia, ou sobre a pesca de caranguejos no mar de Bering.
Por mais que eu já tenho lido e visto a respeito, não tenho o referente exato, pois nunca vivenciei ou estive sequer próximo a estes animais e eventos.
Entretanto, se em tais exemplos é facilmente verificável a ausência do referente, já as discussões de idéias enveredam por caminhos estranhos e perigosos. Estranhos por serem distantes de quem as emitem e perigosos porque, em geral, são pessoas evidentemente desqualificadas para compreender o referente.
É o caso de temas usados como propaganda e motivadores para aumentar o poder do Estado sobre a população, como o caso do aquecimento global e do vírus chinês, ou para fazer as pessoas cometerem um erro custoso, como o caso das discussões sobre finanças e economia.
Em ambos o que chama a atenção é a utilização de palavras distintas para descrever algo que não acontece na realidade, que é um engano ou mesmo uma inversão dos temas em discussão.
Um exemplo de erro
Quando observo os trabalhos de escritores com Robert Kiyosaki e Mike Maloney, vejo o quão difícil é para eles explicar às pessoas a importância de se interessarem pelo sistema financeiro internacional e como ele afeta e destrói suas vidas.
Mas, o mais curioso, para não dizer exasperante, é não conseguirem fazê-las entender a diferença entre ativos, isto é, tudo aquilo que coloca dinheiro no seu bolso, e passivos – tudo aquilo que tira dinheiro de seu bolso.
Eu mesmo já vi pessoas cultas afirmarem que suas férias ou suas casas são ativos e quando perguntava quanto elas haviam ganho, ou pretendiam ganhar com eles – elas simplesmente não entendiam a respeito do que eu estava falando.
Observamos, portanto, que, se uma pessoa ao liderar sua própria vida, ou uma empresa, desconhecer a articulação entre signo, significado e referente, não conseguirá fazer que sua busca pela verdade contribua para sua vida e seus negócios.
É fundamental o esforço contínuo dos indivíduos de buscar o diálogo a respeito dos referentes e não a suavidade e o engano que existem em palavras que não machucam aqueles que as ouvem, mas que os distanciam da realidade e que têm poder para matar um negócio ou sua vida financeira.
Vamos em frente!